Dentro de mim

a G.M.






É um monstro. Ele engole minha tranquilidade. Introduz em minhas noites vazias os sonhos esquecidos nas gavetas. Perco-me nas inúmeras vezes que penso naquele no qual me acalentou nas sombras da rua Augusta. Meus pensamentos vagam na direção daquele que com os olhos me dizem o que a boca não consegue falar.
Ele tem na boca a mesma embriaguez que um copo de uísque, e nos olhos as incertezas do peito. A alma à flor da pele aguça o tato e torna todos seus toques singelos. A minha sinceridade na garganta dá ânsia em explodir as verdades que dentro de mim guardo, verdades incertas que dominam minha existência.
Entre tragadas, teus olhares misturados à fumaça do cigarro me empurram para a perdição. Suas mãos aquecem os meus dedos gelados pelo copo de cerveja. Teu riso é álcool que me embriaga, que me queima e atiça, é a verdade e caminho que procuro rumar, é o silêncio que responde que o dia começará a raiar.

2 comentários:

Gabriel Magno disse...

"Meu Deus!" É só o que eu consigo dizer Meu Deus. Nunca pensei que receberia tanto de alguém, é a coisa mais linda que já li. Acho que o autor me conhece melhor do que eu mesmo. Me sinto tão honrado que só posso dizer meu Deus!

Noiva Cadáver disse...

Você é tão sensivel e belo querido.
:)