No silêncio


O suspiro se prolongou em um sussurro profundo, e a pele molhada de fluídos perpetuou aquelas poucas horas mergulhadas no escuro do quarto.
No silêncio se encontraram os dois, tão trêmulos quanto as cortinas da janela aberta, e se resignaram a contemplar o teto que parecia girar.
Não sabiam, mas haviam acabado de construir a mais bela obra de arte de suas vidas, na quietude e no gosto amargo cravado na garganta.