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Eu não sei o que
meu corpo abriga
nessas noites quentes de verão
nessas noites frias de inverno
nessas tardes tristes de outono
nessas manhãs coloridas de primavera.
Eu não sei o que
meu corpo carrega
mas sei que derrete como
vela
e reverbera em timbres roucos
no quarto desarrumado
em que deitei
afundo
no fundo do peito
de janelas abertas
tão perto e incerto.
Sem fim.
(21/09/2013)
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Sem título
meu sangue é só.
corre debaixo
da pele que
tem febre.
entranha e
inunda a carne,
o cerne do silêncio,
dos anticorpos até
os destroços do tempo.
meu sangue é só.
(03/07/2017)
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Guerra
para E.M.D.
Nosso amor tem
perfume de látex
e está na ponta
dos meus dedos
e poros minados.
Em minha boca
o ferro, amargo,
do sangue.
Te recolho
dentro de mim
- o eco das coisas
não ditas
grita,
fuzila.
(faço pinturas rupestres
com teu suor
nas cavernas da memória)
Minha solidão é trincheira
numa guerra perdida.
(09/11/2017)
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Sem título
(Me enterrem
ao som de
All Through the Night
da Cyndi Lauper)
bebe em copo
trincado
a dádiva da desgraça
entre os dedos
e unhas roídas
o tremor de tudo
aquilo que acaba
na boca
a fragilidade dos dias
na garganta
a tepidez da raiva
esconde no soluço
o berro
o ferro
a antiga verdade
ainda súbita
e deixa secar a esperança
atrás da porta
junto à toalha
úmida
(02/03/2018)
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Efavirenz
na cabeça a
palavra é
parto
não dá pra fazer
poesia
com esse enjoo do
caralho.
(01/04/2018)
Um comentário:
Amo! Quero ler mais!!!!!
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