Grito#1

Te entrego, tão belas, essas flores de césio 137, fosforescência nas palmas das mãos, nas pontas dos dedos. Te engano com mil encantos de urânio buscando apenas te entreter, enquanto como meu pão e me divirto em meu circo. Erradico os papéis em branco e te dou uma propaganda feita de plutônio pra te fazer comprar. Você compra e depois para de pensar. E depois que parou de pensar, o abismo do vazio se faz decente na elucubração de um egoísmo literário e invisível, escrito à sangue e à ferro nas suas pupilas dilatadas pelo medo que passa na tevê. Você apenas existe porque compra. Se não comprasse, número rabiscado apenas tu seria na caderneta. As flores e os presentes que te dou são bonitos. A festa termina depois que você dorme.

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