História sem nenhum excesso de criatividade, estende-se em uma ilha que abriga um hospício e onde todas as pessoas parecem ser ameaça para o detetive Teddy Daniels (interpretado por Leonardo Di Caprio), que nos últimos minutos de filme se demonstra um personagem totalmente diferente do que nós imaginávamos. É esta reviravolta criada por Lehane e embelecida pelo olhar artístico de Scorsese que torna o filme tão magnífico. Tudo o que o espectador assistiu nos minutos passados parece cair por terra, e leva certo tempo, também, para ele se dar conta disso. E a poderosa trilha sonora ganhou muitas cenas.
A trilha sonora é tão importante para um filme, assim como um médico é importante para um hospital, apesar de muitos diretores bons não optarem por este tipo de recurso, ou o usarem em raras situações. Há uma música muitíssimo violenta e cheia de beleza que faz parte de uma das cenas mais fortes na minha opinião, que é a chegada do detetive Daniels e seu companheiro Chuck Aule (interpretado por Mark Ruffalo) ao hospício macabro no meio da tenebrosa ilha. Este sensacional som funciona tão bem no sentido de prender o espectador ao filme, que Martin Scorsese talvez tenha exagerado em sua quantia no decorrer do longa-metragem. A música repete-se em diversas vezes, e gradativamente extingue o seu poder de prender a todos. Porém, ela não sai da cabeça e fica lá por um bom tempo.
A fotografia é impecável. Câmeras bem posicionadas, enquadramentos inesquecíveis e a melancolia nas cenas é que fazem este filme ser o que é: fantástico. Um filme sem muitos exageros, apesar de não ter uma maquiagem tão especial assim, o que também é de suma importância para o cinema. Deixo aqui a minha mais sincera admiração por Leonardo Di Caprio, que teve uma atuação excelentíssima, superando até, em algumas vezes, a presença do ator Mark Ruffalo.
Não é o melhor longa-metragem que já vi neste ano, mas está bem perto de o ser, ficando ali colado com o filme do Tarantino, Bastardos Inglórios. Tente não assistir este filme com a namorada ou namorado, amigos chatos ou qualquer outro tipo de indivíduos azucrinantes, pois ele deve ser assistindo com bastante minúcia, pois algumas idéias do filme do Scorsese podem passar despercebidas, e o filme fica bastante confuso de compreender.
Um comentário:
Não tive a oportunidade de ver esse filme, mas pelo que parece Scorsese está mais "emocional" e menos "técnico".
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